Durante toda a
semana a sociedade foi bombardeada por uma avalanche de notícias envolvendo adolescentes
(meninas), pra variar, em uma casa de show em campinas. De acordo com a EPTV, foram
flagradas meninas menores dançando em ambientes noturnos fazendo apologias ao
sexo, ao crime e ao uso de drogas. A
priori, é de fundamental importância o trabalho da mídia, investigando e
divulgando ações ilegais para a população, isso faz parte de uma sociedade com
liberdade de imprensa. Contudo, acompanhando a matéria desde o início, algo aguçou
a minha curiosidade, isto é, em nenhum momento concebeu-se abordar as responsabilidades
dos pais por essas menores. É inquestionável a atitude dos donos do show, e não
é pretensão advogar em nome de ninguém, porém, isentar os responsáveis pelas
adolescentes, principalmente os pais, é terceirizar a tutela dos filhos para
outras pessoas. Onde estão os meus filhos? Certamente, quem tem a tutela deles tem
a obrigação de saber por onde anda os pupilos. Além disso, de quem é a
responsabilidade pelas crianças e adolescentes? De acordo com a Constituição de
05 de outubro de 1988, em seu Artigo 227: “É dever da família, da sociedade e
do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
Reforçando, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), Art. 5º explana: “Nenhuma
criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da
lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.
Considerações finais: Partindo desse pressuposto, à família tem a parte que lhe
cabe, sendo assim, onde estavam os pais que nem se quer sabem aonde anda os
seus filhos? Também é dever do Estado, entretanto, por que o mesmo se omitiu
com a falta de fiscalização, precisando das denúncias da imprensa para tomar
providências? E os donos dos estabelecimentos também falharam como integrantes
da sociedade, pois será que os mesmos não têm filhos, parentes ou filhos de
amigos menores? Por conseguinte, se fizermos uma análise teórica da lei todos têm
a sua parcela de culpa, o reducionismo não ajuda em nada, ao contrário,
contribuiu para afastar as obrigações das outras instituições, exemplo, o Estado
e a família. Vivemos em uma sociedade alienada, e mais, se tenho alguém que
pode fazer as coisas que é de minha responsabilidade, porque me esforçar? Reflexão:
Só se resolve um problema quando se tem uma visão holística do mesmo, além de
todos, abraçarem a causa com responsabilidade.
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos de
opinião.
Especialista
em História pela Unicamp. Pós Graduação: Gestão Escolar e Fundador do GEPEPM,
(Grupo de Estudos de Políticas Educacionais na Pós Modernidade).
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
Twitter: https://twitter.com/albertomarques3
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Cidade:
Hortolândia/SP.
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