BRASIL: O PROCESSO CIVILIZADOR
Em síntese “O processo
civilizador” é um livro de Nobert Elias (1897-1990), a priori, busquei uma
fundamentação teórica no livro desse renomado sociólogo alemão para tecer
algumas considerações e, ao mesmo tempo fazer uma analogia com a sociedade
brasileira contemporânea, sobretudo, se está em questão a barbárie que a
população está presenciando. Segundo Nobert Elias, para civilizar ao longo do
tempo as pessoas necessitaram de empenho, muito custo, muitas batalhas e mortes,
para que os seres humanos deixassem o seu estado natural em prol do social e
cultural. Sem dúvida, analisando esse fato, podemos observar uma mera
semelhança com a sociedade brasileira atual, pois virou uma constante
depararmos na mídia com homicídios bárbaros, em que delinquentes matam, não
respeitam idade, sexo, cor, credo e religião, e ainda, saem impunes. Por
consequência, a violência não é exclusividade do nosso país, porém, a
banalidade e a impunidade acabam por naturalizarem esses fatos. Diga-se de
passagem, marcamos a hora em que saímos dos nossos lares, mas não sabemos se
retornamos. Essa é a sociedade
civilizada, onde bandidos matam crianças, grávidas, idosos, entre outras
pessoas, pelos simples fato de puxar o gatilho? Que sociedade civilizada é essa
que prende os envolvidos, tem as provas e logo solta, colocando-os novamente
para conviver com pessoas do bem? O que falta, dinheiro, ou vontade por parte
dos governantes? Em suma, são várias indagações e poucas soluções, mas ao longo
da história da humanidade, diante de fenômenos sociais assim, algo foi feito,
ao contrário de hoje, em que o comodismo e o conformismo acabam incentivando a
violência. Se retrocedermos aos primórdios da humanidade, observaremos que prevalecia
o caos, a barbárie, o medo, as trevas, as guerras e as doenças, ou seja, lutavam
todos contra todos. Assim, perante o extermínio da humanidade, tornou-se
necessário a criação de instituições, a princípio a família; em seguida a
religião, propiciando um caráter cultural e metafísico e; mais tarde o Estado,
órgão responsável pela ordem. Com certeza essa instituições tiraram os Homens
da selvageria e transformaram-nos em seres sociais, culturais e civilizados.
Considerações finais: Segundo Aristóteles, filósofo grego, “O Homem é um animal
social”, mas porque continuamos a matar nossos semelhantes, contrariando a
nossa sociabilidade? Grosso modo, foi comprovado que o Homem é o único animal
racional. Tirar a vida de semelhantes indefesos e inocentes é ser racional? Se
durante os primórdios da humanidade, a família, a religião e o Estado foram essenciais
para acabar com as trevas, porque mesmo existindo essas instituições,
convivemos com a selvageria por parte de alguns? Estamos retrocedendo à
selvageria? Até quando teremos que conviver com isso? São muitas perguntas e poucas
respostas, porém, precisa-se com urgência de providências, senão estaremos
atestando o pensamento de Thomas Hobbes (1588- 1679): “O homem é o lobo do
próprio homem”.
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos de
opinião.
Especialista
em História pela Unicamp. Pós Graduação: Gestão Escolar e Fundador do GEPEPM,
(Grupo de Estudos de Políticas Educacionais na Pós Modernidade).
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
Twitter: https://twitter.com/albertomarques3
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Cidade:
Hortolândia/SP.
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