Analisando
a abertura das inscrições do ENEM 2013 que terminou no dia 27 de maio, resolvi tecer
algumas pontuações, e questionar sobre esse Exame, principalmente, se está em
questão a inclusão e exclusão de alunos nos cursos superiores. A priori, antes
de problematizar esse sistema é de fundamental importância buscar a sua origem.
O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) surgiu no ano de 1998, para avaliar a
qualidade da educação formal no país, oportunizando as possíveis intervenções
financeiras por parte do Governo. Entretanto, analisando a qualidade da
educação no Brasil na atualidade, em especial a pública, concebe que o
investimento na educação formal pública foi aquém. Contudo, analisando o baixo
índice de brasileiros com cursos superiores, o Governo Federal reformulou esse
sistema, e a partir de 2009, o ENEM, passou por reestruturações quanto aos
números de questão e nas áreas do conhecimento, para selecionar as pessoas com intenção
de fazer um curso superior, visto que os vestibulares excluíam os alunos
oriundos da rede pública. Por conseguinte, esse foi um dos grandes problemas
desse exame, pois, ao mesmo tempo em
que o mesmo começou a servir de elemento norteador para entrar nas Universidades,
passou a ser objeto de desejo daqueles que buscam o jeitinho brasileiro, na compra
de gabaritos e outras formas de cambalachos. A propósito, não é somente essa a
implicação do ENEM, outra problemática está que o exame não é nada fácil,
dificultando para os alunos que concluíram o ensino médio na rede pública,
sendo assim, estudantes dos colégios particulares ainda estão na frente, como
ocorria com o Vestibular. Portanto, sabendo dos benefícios para aqueles que
concluíram todo o ensino nas escolas públicas, uma boa parte de alunos migrou
das Instituições particulares para as redes públicas. E a qualidade do ensino
das unidades públicas, não está precária? Sim, mas quem tem dinheiro paga
professores de cursinhos particulares para seus pupilos se saírem bem no ENEM.
Diga-se de passagem, utilizando o famoso jeitinho brasileiro, uma minoria de pessoas
com alto poder aquisitivo está garantindo as vagas dos seus filhos nas
Universidades Públicas conceituadas, pois com certeza esses estudantes irão obter
êxito na prova do EMEM. Considerações finais: Se no passado os Vestibulares privilegiavam
os alunos dos colégios particulares das classes A e B, essa modalidade foi
substituída pelo ENEM, que seleciona dois tipos de alunos: aqueles com poder
aquisitivo que farão seus cursos superiores nas Universidades públicas e a maioria
que terá que contentar em fazer a Faculdade em uma instituição particular menos
conceituada, isto é, se conseguir passar na prova, que não é nada fácil para
quem fez todo o seu percurso acadêmico em uma Escola Pública. Partindo dessa
problemática, o ENEM inclui ou exclui?
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor da Rede Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos de
opinião.
Especialista
em História pela Unicamp. Pós Graduação: Gestão Escolar e Fundador do GEPEPM,
(Grupo de Estudos de Políticas Educacionais na Pós Modernidade).
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
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