Grosso
modo, a gênese do ENEM-Exame Nacional do Ensino Médio estava fundamentado para
avaliar a qualidade da Educação Básica no país, sobretudo, da escola pública, em
outras palavras, diagnosticar os pontos de atenção e propor investimentos. No
entanto, tudo isso ficou na teoria, pois o Exame surgiu desde 1998, e, diga se
de passagem, quase duas décadas já se passaram (16 anos), e ainda, não houve
uma reestruturação na Educação Básica, principalmente, no Ensino Médio, oportunizando,
assim, uma educação pública gratuita de qualidade como preconiza a Legislação
vigente. Diante de tudo isso, observa-se cada vez mais, a educação formal
brasileira pública (Ensino Médio) indo para o abismo, carregando índices baixíssimos
nas avaliações internas e externas, ficando atrás de países com o PIB-Produto
Interno Bruto inferior ao nosso, como o Uruguai e o Chile. Partindo desse pressuposto, são detectados e
registrados os pontos de atenção, entretanto, o remédio está longe de chegar às
escolas. E para variar, esse exame nacional, a partir do ano de 2009, sofreu
alterações, ocupando os lugares dos múltiplos Vestibulares que circulavam pelo
país. O intuito era promover um índice maciço de estudantes da Rede Pública nos
bancos universitários, coisa que só ficou no papel, devido à complexidade do
Exame e o despreparo de boa parte dos estudantes do Ensino Médio das redes
públicas. A título de ilustração, o ENEM, com toda a sua reestrutura
universalizou a entrada dos alunos da Escola Pública nas Universidades? A
priori, a quantidade de alunos do Ensino Médio Público nas Universidades é
mínima, visto a quantidade de alunos que concluirão essa modalidade em 2014, sobretudo,
se muitos não conseguem resultados satisfatórios, cedendo as suas vagas para os
Colégios particulares renomados. Partindo dessa afirmação, o Exame não mudou
ainda a realidade da Educação Básica em nosso país, ou seja, fornecer a matéria
prima para a graduação. Outra indagação é: os Vestibulares serviam a quem? A
todos aqueles que queriam estudar, sendo oriundos dos Colégios Particulares de
Excelência, dos Colégios Públicos de qualidade, outrossim, os amantes do estudo
e do conhecimento. Considerações finais: Quando está em jogo educação formal em
nosso país muda-se a conjuntura e não a estrutura, ou seja, o problema talvez
não estivesse nos vestibulares, que segregavam a maioria sim, mas talvez em uma
Educação Básica decadente com uma parcela razoável de alunos apáticos que não tinha
subsídios para enfrentar os Vestibulares. Dessa forma, veio o ENEM, na verdade,
está mais complexo do que os Vestibulares para aqueles que não levam a sério a
Educação Básica. Esse é o grande paradoxo da educação em nosso país, muda-se
para ficar do mesmo jeito que está. E mais, entrar em uma Universidade é o
primeiro passo, o segundo é sair, e mais, com um conhecimento de qualidade, é
isso que a sociedade espera. Acorda Brasil!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor e Coordenador da área de Humanas da Rede Pública do Estado de São
Paulo e Escritor de artigos de opinião. Concluindo Licenciatura Plena em
Pedagogia- UNICID-SP. Especialista em História pela Unicamp. Pós Graduando em Educação
Inclusiva – UNESP.
Contato:
albertomarques1104@hotmail.com
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