No dia 08 de março, “comemora-se”
o Dia Internacional da Mulher, porém, não se sabe ao certo a criação da data,
sendo assim busca-se uma versão bastante circulada no Brasil e no mundo. A
priori, a data foi escolhida para homenagear mulheres incendiadas em uma
fábrica na cidade de Nova Iorque, no ano de 1857, a mando do patrão. Contudo, o
dia foi realmente oficializado em 1910, na Dinamarca, como “Dia Internacional
da Mulher”. Versões à parte, esse dia é um momento de reflexão, visto que a
sociedade mundial ainda esconde resquício de um passado machista. Diga-se de
passagem, as mulheres conquistaram bastante direitos, mas não conseguiram ainda
a liberdade plena. Será que as mulheres, de maneira geral, podem comemorar? Quantas
ocupam cargos importantes no mundo atual? Em outras palavras, as mulheres deram
um passo bastante significante em busca de seus direitos e muitas já estão
colhendo frutos, mas estamos longe ainda do reconhecimento da igualdade de
direito. Assim, basta analisar o salário ganho por uma mulher e um homem se os
mesmos ocupam cargos iguais. Certamente, não é a intenção de este escritor
passar uma imagem de imobilismo e que nada muda no mundo, ao contrário,
trazendo a problemática para o debate, faz com que muitos reflitam e
conscientizem sobre a luta dessas batalhadoras no passado e no presente, pela
equidade perante o sexo oposto. No entanto, como vivemos em um mundo Capitalista
alguém tirará proveito disso, e transformará a data em fonte de lucro
inimaginável, em síntese, a própria data esconde uma visão machista e
excludente, pois nos passa a impressão de que as mulheres só podem contar com
este dia, ficando os restantes para os homens. É lamentável quando programas de
televisão colocam atrizes e pessoas públicas para representar as mulheres brasileiras,
deixando de fora as donas de casa.
Pressupondo que essas celebridades encontram as mesmas dificuldades do
que àquelas que vivem nos confins da Amazônia, Nordeste e outras regiões
brasileiras assoladas pela pobreza e a fome, levando-as aos trabalhos penosos
para sustentar a família. Considerações finais: Enquanto muitos vivem em um
mundo idealista usando a data para lucrar, inúmeras Marias, Aparecidas e Joanas
se sujeitam às barbáries das safras da cana, nas fábricas de carvão, nas
lavouras de sisal e nas salas de aulas, sem contar as que estão vulneráveis à
violência doméstica. Reflexão: O dia das mulheres são todos os dias, independente
de ser uma atriz, gari, catadora de papelão ou professora, o reconhecimento deve
ser global. E mais, não podemos ser coniventes, construindo um idealismo
propagandeado pela mídia com mulheres requintadas e exuberantes, elas também
fazem parte, mas não podemos privilegiá-las em detrimento das outras. A princípio,
a luta pela equidade começou pela Joana, Maria, Aparecida, independente de cor,
condições socioeconômicas e beleza exterior. Feliz Dia das mulheres, ou melhor,
felizes todos os dias do ano para todas as mulheres.
Alberto Alves Marques
Profissão: Professor e
Coordenador da área de Humanas da Rede Pública do Estado de São Paulo e
Escritor de artigos de opinião. Concluindo Licenciatura Plena em Pedagogia-
UNICID-SP. Especialista em História pela Unicamp. Pós Graduando em Educação
Inclusiva – UNESP.
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
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