À
luz da reflexão, antes de tecer algumas considerações sobre o dia do trabalho,
porque não retroceder e buscar a etimologia da palavra. Grosso modo, a palavra
trabalho tem sua origem no Latim TRIPALIUM, designando-o como instrumento de
tortura, sofrimento, dor, etc. Na verdade, o trabalho em Roma Antiga era
praticado pelos escravos, situação que somente as classes subalternas praticavam,
nesse fato reside a resistência das classes abastadas pelo trabalho; sendo
assim, incentivavam o ócio como algo nobre, e apenas a elite usufruía desses
benefícios para os estudos, lazer e as festas. Com o passar do tempo, a partir da
Revolução Industrial Inglesa em meados do século XVIII, com a implantação do
Capitalismo e o fim da escravidão, a palavra trabalho passa de tortura para
dignidade. Com isso, o Capitalismo moldou a sociedade industrial, tirou o
trabalho do lugar do sofrimento e o inseriu na produção, a principal ação para a
acumulação da riqueza dos Capitalistas, eis o motivo da origem do Dia do
Trabalho. Prosseguindo, surge nos Estados Unidos, o país símbolo do
Capitalismo, no ano de 1886, em que vários operários reivindicavam melhores
condições de trabalho diante das condições degradantes nas indústrias e não
tardou para o Primeiro de Maio irradiar para outras partes do Globo. Assim, o dia 1º de maio é lembrado em vários
países como o Dia do Trabalhador, com festas, comemorações e homenagens. Contudo,
no Brasil a data passou a ser comemorado oficialmente a partir de 1917, quando
imigrantes europeus fizeram uma greve por melhores condições de trabalho, mas só
no ano de 1924, o Presidente da República Arthur Bernardes, decretou feriado
Nacional. A priori, esse feito revela algo que acontece em nosso país na
Contemporaneidade, ou seja, esperamos as coisa prontas, vindas do exterior,
importadas de países europeus ou dos Estados Unidos. Partindo desse
pressuposto, indaga-se: se não fosse a participação do povo europeu não
teríamos no primeiro de maio as comemorações do Dia do Trabalhador Brasileiro? A
saber, uma inquietação difícil de responder, história à parte, seguimos em
frente, pois no sistema Capitalista tempo é dinheiro, e o trabalho, as ações e
as ideias são filhas deste sistema. Nesse sentido, o Capitalismo se apropriou do
trabalhador e de sua dignidade, juntamente com a mais valia (acumulação de
capital) uma das maiores invenções da burguesia e, conseguiu transformar o
sofrimento (trabalho) em algo benéfico para uma pequena parcela humanidade, a
concentração de renda na Contemporaneidade. Talvez, alguns leitores desavisados
poderão tecer ideias falsas sobre este escritor, de que o mesmo é contra o
trabalho, seria leviandade da parte desse formador de opinião ser contra uma
forma que sustenta a estrutura social e econômica de uma nação, ao contrário,
sou a favor, pois mesmo com as mudanças em seu significado, o trabalho em
condições humanas é o caminho para evitar as mazelas hodiernas. Considerações
finais: Após discorrer sobre algumas versões sobre o Dia do trabalho, o que
presenciamos hoje é uma inversão de valores com a palavra trabalho, ou seja, na
Roma Antiga, o ócio significava um tempo livre para filosofar, estudar,
produzir novas ideias, novos inventos, enquanto uns trabalhavam, outros
pensavam. Na atualidade, sobretudo, em nosso país, muitos confundem o ócio com
oficina para fazer coisas erradas, ou melhor, ter tempo para planejar assaltos,
sequestros, homicídios, etc. Mesmo que você não tenha o trabalho dos sonhos,
ainda é melhor do que ficar sem ele, pois a maioria das pessoas ainda não
consegue no sistema Capitalista utilizar o tempo vago para produzir novos
pensamentos, ideias ou estudar, por isso, se você está empregado, dê graças a
Deus. Agora o difícil é para aqueles que ganham um dos menores salários mínimos
do mundo, ter estímulos para comemorar. Paciência meus amigos, um bom Feriado e
torça para mudar a estrutura política, econômica, social e cultural do país!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs.
Pós-Graduado
em História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela
UNESP- Presidente Prudente/SP e Pedagogo pela UNICID/SP. Curso de Coordenação
Pedagógica (em andamento) na UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos. Em
andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da Informação – UNICID/SP.
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Cidade:
Hortolândia/SP.
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