À
luz da reflexão, desde os primórdios da humanidade existe a formação das pessoas.
A priori, essa ação era realizada no conjunto familiar, cujo propósito dos
mestres, pais e mães era educar as crianças para seguir a sua, profissão,
outrossim, substituí-los. Todavia, existem alguns críticos dessa modalidade de
educação, porém, não é esse o foco deste artigo. Com o advento do mundo
medieval essa ação ficou a encargo das Igrejas, independente de qual segmento
religioso essa modalidade de ensino preparava o indivíduo para o mundo
metafísico, além da matéria ou após a morte, assim, o que se aprendia só seria
útil após a vida. Grosso modo, chegou a Era Moderna e com os eventos do Renascimento,
do Iluminismo, da Revolução Francesa e da Revolução Industrial, o ensino perde
o caráter religioso e passa a ser laico (desvinculado da Igreja), mesmo assim
essa modalidade ainda atendia uma parcela muita pequena da sociedade, os bens
nascidos. No entanto, vale ressaltar que na Era Moderna, sobretudo, com o acontecimento
da Revolução Industrial, a educação deveria estar alinhada ao mundo das
fábricas, em outras palavras, preparar os indivíduos para o trabalho fabril.
Naturalmente, alguns críticos com uma fundamentação teórica ou não, tecem
algumas considerações negativas sobre esse período. Não obstante, adentramos na
Contemporaneidade e, logo em seguida, o mundo Pós-Moderno, em que o modelo de
sociedade industrial cede lugar ao mundo das Tecnologias Digitais de Informação
e Comunicação, ocupando cada vez mais espaço entre as pessoas. Notavelmente, as
escolas sejam públicas ou privadas, pertencem a este mundo. Durante toda a
história do mundo educacional, o currículo escolar, a didática e a prática do
educador esteve voltada para o mundo além dos muros das escolas. A humanidade
ao longo de toda a sua trajetória sofreu transformações políticas, sociais,
econômicas e culturais. A bem da verdade, vivemos na Contemporaneidade, porém
em uma era digital, dessa forma, cabe alguns indagações e inquietações. Perante
a sociedade da informação, a estrutura da escola, atualmente, trabalha com um
currículo em todas as suas dimensões? Voltado para atender as demandas dos
educandos para que possam fazer parte da era digital? Os críticos da educação
por repetição (aprender o ofício dos pais), do tecnicismo (preparar para a
fábrica) e do tradicionalismo, será que conseguem uma resposta perante a
educação formal de hoje, que não se encontrou ainda e vivendo à deriva tendo
que amargar alguns indicadores educacionais negativos? E mais, está-se preparando
os jovens para qual segmento social? Para a vida, para o trabalho ou não se tem
um norte ou um foco? Considerações
finais: É chocante, mas é a pura a realidade, a maioria das unidades educativas,
juntamente com todos os segmentos responsáveis pelo aprendizado dos discentes,
necessitam com urgência refletir sobre o seu papel na sociedade tecnológica,
digital e informatizada. Podemos tecer críticas ao passado, se não conseguimos
resolver as demandas educacionais do presente? Em outras palavras, no passado remoto e mesmo
próximo, a escola estava articulada com as necessidades da sociedade, não era o
ideal de educação para alguns, mas era o básico para atender as demandas
daquela sociedade. No entanto, hoje muitos batem no peito dizendo que a escola
é diferente em relação ao passado, atendendo toda a multiplicidade. Porquanto,
preparamos o indivíduo para que? Qual demanda da sociedade a escola está
atendendo, se muitas dessas unidades optam por uma didática das sociedades
primitivas, medievais e moderna? Enfim, necessita-se, urgentemente, rever a
estrutura educacional em todas as suas dimensões, caso contrário, estaremos
sempre criticando o passado e escondendo o primordial, a qualidade duvidosa da
educação no presente. Acorda Brasil!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs.
Pós-Graduado
em História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela
UNESP- Presidente Prudente/SP e Pedagogo pela UNICID/SP. Curso de Coordenação
Pedagógica (em andamento) na UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos. Em
andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação –
UNICID/SP.
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