À
luz da reflexão, a educação formal sistematizada nas unidades educativas, sejam
elas públicas ou privadas, sempre esteve alinhada às demandas da sociedade. No
passado, quando imperava o tempo das fábricas, o currículo escolar estava
alinhado para atender as necessidades dessa instituição. Todavia, com advento
das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, sobretudo, a Internet, o
tempo das indústrias cedeu lugar para as tecnologias digitais. Dessa forma,
para alguns estudiosos, estamos vivenciando uma sociedade da informação
digitalizada, aquela conectada instantaneamente através das redes em escala
local, regional, nacional e global. Notavelmente, em se tratando de países em
desenvolvimento, como o Brasil, o percentual de pessoas com acesso à internet
ainda é tímido, porém, qualquer indivíduo dessa sociedade está em contato com
as tecnologias digitais de informação, seja, na forma dos códigos de barras nos
supermercados, nas farmácias, ou nos caixas eletrônicos das agências bancárias.
Então, pode-se afirmar com propriedade que estamos presenciando uma sociedade
da informação digital, mesmo sabendo que ter informação não significa obtenção
de conhecimento, algo muito mais complexo. Diante desse fato, e seguindo a
linha de raciocínio do Francês Pierre Lévy (2010), estamos convergindo para uma
“Cibercultura”, ou seja, uma das categorias do ciberespaço. Grosso modo, nas palavras
deste estudioso sobre a sociedade da informação digital, estamos vivenciando um
novo espaço de comunicação nas esferas sociais, políticas, econômicas e
sobretudo cultural, reluzindo da formação humana em todas as suas dimensões,
principalmente no contexto escolar. Partindo desse pressuposto, e a escola
inserida nessa cultura digital, como ficará o currículo escolar nas suas
múltiplas dimensões, perante uma sociedade informatizada e digital? A educação
no contexto da antiguidade, atendia as necessidades familiares, cujos filhos tinham
que substituir os ofícios dos pais. Naturalmente, durante a Idade Média, a
Igreja, sobretudo, a católica se incumbiu de instruir as crianças. Com advento
da Modernidade e da industrialização, o chão das fábricas se tornou uma extensão
do currículo escolar. No entanto, estamos presenciando uma transformação
tecnológica digital sem precedentes, em que muitas escolas ainda preservam uma
concepção didático pedagógica semelhante aos tempos das fábricas, outrossim,
uma educação analógica/mecanicista. Por quê? Como reverter essa situação, mediante
a uma sociedade que resiste ao ensino com o uso das tecnologias digitais? Como
implantar um currículo escolar articulado com a sociedade da informação digital
em escolas, sem infraestrutura? A resposta está em desconstrução de paradigmas,
ou seja, ter a percepção de que o modelo didático pedagógico atende as
necessidades de sua época, que o mesmo deve ser revisto, de acordo, com a
sociedade em que a escola está inserida, notar que as tecnologias digitais
planejadas e investimentos são extensões do currículo escolar. Em outras palavras, em uma era digital, não
tem sentido um currículo focado somente nas informações circuladas dentro dos
muros escolares, é preciso navegar por espaços nunca antes navegados. Considerações
finais: Uma educação de via única, em que o professor é o detentor do
conhecimento, deve ceder lugar por uma prática didático pedagógica coletiva, em
que a construção do conhecimento transpassa os muros escolares, através do
diálogo entre os principais protagonistas, professores e alunos, presencial e
digital. Também, se faz necessário, conceber que a informação por si só, não
tem sentido; além do mais, a mesma precisa ser transformada em conhecimento, e
mais o aprendizado vai além dos livros didáticos e, com certeza, as tecnologias
digitais serão elementos em potencial nessa transposição. É lógico, que os
investimentos humanos (profissionais da educação), infraestrutura, antecedem a
transposição do analógico para o digital. Logo, é preciso, urgentemente, rever
que tipo de educação e pessoas que queremos formar para enfrentar a sociedade
da informação e digital.
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs.
Pós-Graduado
em História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela
UNESP- Presidente Prudente/SP e Pedagogo pela UNICID/SP. Curso de Coordenação
Pedagógica (em andamento) na UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos. Em
andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação –
UNICID/SP.
Contato:
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Cidade:
Hortolândia/SP.
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