Em
06 de abril de 2017, aprovou-se a terceira versão da Base Nacional Comum. O que
isso significa? Significa o seguinte: se o Conselho Nacional de Educação (CNE)
aprová-la, e se a mesma entrar em vigor até novembro/2017, mudanças ocorrerão na
Educação Básica brasileira, especificamente, nas escolas públicas. Dentre as mudanças, está a antecipação da
alfabetização das crianças para o 2º Ano do Ensino Fundamental Anos Finais, ou
seja, ao término dos sete anos deverão estar alfabetizadas, praticando a
leitura e a escrita, além dos conteúdos de estatística e probabilidade. Ao meu
ver, um risco de grandes proporções, pois é sabido que, conforme, estudos sobre
o desenvolvimento psicológico das crianças, principalmente, os fundamentados na
linha de raciocínio de Piaget (1896- 1980), a construção da aprendizagem ocorre
em etapas, nível cognitivo e de acordo com a faixa etária das crianças. Tal
processo segue uma variável de criança para criança; em outras palavras,
antecipar a idade de alfabetização das crianças poderá comprometer o
aprendizado das mesmas. Consoante a linha de pensamento de Piaget, nesse
período os educandos se encontram na Fase II do desenvolvimento cognitivo, as Operações Concretas de Aprendizagem,
contrariando assim, a complexidade da alfabetização. Mediante a situação,
antecipar a alfabetização dos pequenos, poder-se-á reluzir nas fases seguintes
da Educação Básica e transformá-los em alunos analfabetos funcionais, aqueles
que leem, mas não interpretam, e mais, não saber o que está lendo. Obviamente, mudanças
relacionadas à Educação Básica são consideráveis, porém é necessário um diálogo
para com aqueles que conhecem o chão das salas de aula, os professores, afinal
são eles que trabalham com alunos semianalfabetos ou analfabetos iniciantes no
Ensino Fundamental Anos Iniciais e Finais e Ensino Médio. A título de
ilustração, crianças com fragilidades na alfabetização... se tornarão adultos
analfabetos funcionais. Na verdade, são essenciais reformas na Educação em
todas as dimensões em nosso país, por outro lado, essa ação deve ser seguida de
precaução, e atenta aos modismos educacionais que permeiam os bastidores e pensamentos
daqueles que em muitas situações conhecem as escolas públicas pela telinha da televisão ou de seus
confortáveis escritórios. Por outro lado, as escolas particulares também
aderir-se-ão às reformas? E as Universidades, como se reestruturarão para
atender as demandas com as Reformas? Considerações
finais: Grosso modo, se as
transformações atingirem somente as escolas públicas, novamente, essas medidas
direcionam para uma exclusão institucionalizada para com os alunos dessas
unidades nos vestibulares, especialmente, nas Universidades Públicas. Por quê?
Enquanto as unidades escolares públicas tentam trabalhar em prol da reforma sem recursos e formação dos
docentes, as Particulares trabalharão os métodos tradicionais, aqueles aceitos
pelos vestibulares das Universidades Públicas. Frente a essa linha de
raciocínio: Quais alunos se encontrarão preparados para enfrentar os
vestibulares públicos e prosseguir nos estudos, os estudantes das Públicas ou
Particulares? Enfim, outra vez, as mudanças na educação ocorrem para ficar do
mesmo jeito como está, excluindo aqueles que mais precisam? Acorda Brasil!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs.
Pós-Graduado
em História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela
UNESP- Presidente Prudente/SP e Pedagogo pela UNICID/SP. Curso de Coordenação
Pedagógica (em andamento) na UFSCAR- Universidade Federal de São Carlos. Em
andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da Informação – UNICID/SP.
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Hortolândia/SP.
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