A
priori, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), foi criado no ano de 1998, cujo
intuito era avaliar o Ensino Médio, última etapa da Educação Básica Nacional. A
partir do ano de 2009, a prova sofre alterações estruturais no número de
questões e, algumas Universidades utilizam o resultado como complemento nos Vestibulares,
ou seja, a nota passou a ser aceita na maioria das Universidades do país. Dessa
forma, os concluintes do Ensino Médio podem contar com um complemento nos
processos de seleção para ingressarem nos cursos superiores. Essa mudança fez
com que os Colégios particulares abandonassem o Cursinho Preparatório para
adentrarem nas Universidades; para tanto, investiram nos cursos preparatórios
para o ENEM, visto que este seria a primeira porta para o ingresso na graduação.
Por outro lado, boa parte das escolas públicas caminha na contramão, pois não
conseguem acompanhar tal transformação sistêmica; assim esse público concorre
de forma desigual com estudantes que dedicam várias horas aulas de cursinho
para o exame. Isso é uma constatação tão óbvia, que basta analisar a lista dos
melhores classificados no término no ENEM, e mais, ano a ano presencia-se o
seguinte: a maioria é oriundo de Colégios Particulares ou Escolas Públicas
Técnicas. Dessa forma, quem o ENEM favorece? Por que os alunos das escolas
públicas não conseguem concorrer de igual para igual com os estudantes das
instituições privadas? Grosso modo, são vários fatores, porém as causas raízes
são três elementos de suma importância: Investimento,
Interesse da maioria dos estudantes
e Família presente no
desenvolvimento do processo de aprendizagem. Na categoria investimento, os
nossos governantes precisam conceber que EDUCAÇÃO
não é gasto supérfluos, e sim investimento em todas as dimensões, principalmente,
na valorização dos professores, porquanto, nota-se no momento uma Educação
Básica, sobretudo, o Ensino Médio sucateado. No quesito INTERESSE dos estudantes, é preciso reverter a cultura estudantil
da indisciplina e do celular (agora liberado
no Estado de São Paulo e, na maioria das vezes, sem propósito) nos momentos
de aulas, para uma cultura do Querer,
do Aprender e do Fazer, elementos de suma importância no
prosseguimento dos estudos. Quanto às FAMÍLIAS,
essas precisam acompanhar o aprendizado dos educandos, pesquisas constatam que
família presente na vida estudantil do filho é um elemento em potencial no seu aprendizado.
Respondendo à questão que culminou no título do Artigo: “O ENEM: Beneficia quem?
É óbvio que este EXAME beneficiará os
melhores preparados, nessa situação, pode ser estudante das escolas públicas ou
das instituições privadas. No entanto, a concorrência entre um estudante das
redes públicas e dos colégios privados, o último com certeza terá mais vantagem
(isso se o mesmo se dedicar também).
Considerações finais: O ENEM, teve
como objetivo substituir os vestibulares, a partir do ano de 2009, entretanto, na
educação, principalmente na pública, as coisas mudam para ficar do mesmo jeito,
a prova acaba favorecendo as instituições privadas. Não que as unidades
públicas não tenham competências, mas a falta de investimentos, interesse das
maiorias dos alunos e acompanhamento das famílias, dificultam o aprendizado e a
concorrência, consequentemente desproporcional. Os antigos vestibulares contemplavam
os mais preparados e, boa parte se encontrava nos colégios particulares. O ENEM
faz o mesmo, é um vestibular de Nível
Nacional, e também seleciona os melhores. O ENEM está errado? Não, errado
está a falta de investimento na educação pública, a falta de participação/valorização
por parte dos estudantes e das famílias pelos estudos dos seus pupilos.
Enquanto, a sociedade, de forma geral, não mudar a cultura simplista sobre EDUCAÇÃO PÚBLICA, a concorrência sempre
será injusta, na verdade, o ENEM, ficou um pouco pior do que os vestibulares,
pois, de caráter nacional aumentou ainda mais a concorrência. Novamente: O ENEM: Beneficia quem? Os mais preparados. E
onde eles se encontram? Onde existe interesse pelos estudos. Acordam Estudantes!!!
Alberto
Alves Marques
Profissão:
Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de
São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura
Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela
Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente
Prudente/SP. Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade
Federal de São Carlos. Em andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da
Informação – UNICID/SP.
Contato:
albertomarques1104@hotmail.com
Cidade:
Hortolândia/SP.
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