“Alunos de
determinadas salas agridem outros de salas diferentes”. Mãe desabafa junto aos
gestores educacionais sobre seu filho, alegando que não consegue mais dar conta
do mesmo”. Estudantes de escolas em determinada cidade agridem professores”. Diga-se de passagem, essas são
algumas manchetes nos múltiplos veículos de comunicação que circulam pelo país.
À luz da reflexão, a mídia e os governantes tentam construir um discurso de que
são casos isolados. Ledo engano, somente quem está no fronte, sabe que está
naturalizando a violência no contexto escolar. Grosso modo, uma barbárie que
acontece nas escolas públicas brasileiras sejam elas pertencentes a Esfera
Municipal, Estadual e até mesmo Federal. A priori, antes de continuar
discorrendo este artigo, é de fundamental importância deixar claro para os
leitores que em alguns momentos é preciso relativizar um fato, porém, quando se
quer atingir e sensibilizar as autoridades competentes, as famílias e a sociedade,
a generalização é a melhor estratégia; outrossim, é sabido que existem escolas com
ambientes harmoniosos e de paz. Portanto, as generalizações servem para as
autoridades competentes que, constantemente, prolifera o discurso infundado de
que esse fato é um caso isolado. Leviandade de quem pensa assim, e mais, falta
de informações, informações estas que poderiam ser coletadas pelos
profissionais que estão dentro das unidades educativas, as fontes vivas que,
diariamente, estão em contato com essas ações de agressões verbais,
psicológicas e em algumas situações físicas. Em outras palavras, o discurso de
que essas ações são isoladas, utiliza-se do senso comum, portanto, é preciso
mapear e tabular esses casos no interior das Instituições Educativas, pois, se
for realmente um caso isolado, está na hora de atitudes para não deixar se alastrar
para as demais unidades educativas, naturalizando. Todavia, quando esses casos
absurdos aparecem na mídia, indaga-se: Que geração é essa que está chegando a
uma Instituição que se preza pela informação, conhecimento, afetividade,
diálogo e sociabilidade? Que geração é essa que agride professores, colegas, e
outros funcionários das escolas? Esse é o paradoxo educacional, pois, quando a
escola era para poucos, lutamos para que a mesma fosse para todos, e isso aconteceu,
ótimo. Entretanto, é preciso valorizá-la, antes que essa Instituição de extrema
importância na sociedade exclua os alunos que, realmente, querem estudar, e
deixa no seu interior apenas aqueles que não querem nada com nada. Isso é fato,
mediante a violência escolar, muitos alunos bons estão emigrando para outras
escolas de qualidade, principalmente, as particulares de excelência. Considerações finais: A saber, é
preciso resgatar o verdadeiro papel da escola, articuladora do conhecimento
acadêmico, afetividade, amizade, tolerância, respeito e, sobretudo, um lugar
para conceber o outro como seu semelhante. A base para o desenvolvimento de um
país em todas as dimensões está alicerçada em escolas de qualidade, consequentemente,
uma educação para todos exige comprometimento de todos, caso contrário
estaremos fadados a conviver em um mundo de ignorância profunda, retrocedendo a
História da humanidade. Quer dizer: Será que já não estamos regredindo em todas
as dimensões? Acorda Brasil!!!
Alberto Alves Marques
Profissão: Professor Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede
Pública do Estado de São Paulo e Escritor de artigos de opinião para jornais e
Blogs. Licenciatura Plena em História. Pedagogo pela UNICID/SP. Pós-Graduado em
História pela Unicamp- Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP-
Presidente Prudente/SP. Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR-
Universidade Federal de São Carlos. Em andamento: Curso Superior em Gestão de
Tecnologia da Informação – UNICID/SP.
Contato: albertomarques1104@hotmail.com
Cidade: Hortolândia/SP.