Primeiramente,
este artigo de opinião discorrer-se-á sobre o desenvolvimento cognitivo das
crianças no contexto escolar. Para iniciarmos a nossa linha de raciocínio, que
tal refletir sobre esta indagação: Como ocorre o desenvolvimento cognitivo das
crianças e adolescentes no contexto escolar? Em outras palavras, todos os
estudantes matriculados na escola têm condições de processar as informações acadêmicas, transformando-as em
conhecimento escolar, útil para a construção de valores e o desenvolvimento acadêmico
em todas as dimensões? Notavelmente, são questionamentos bastante pertinentes,
principalmente no contexto no qual o processo de aprendizagem está com uma qualidade
duvidosa. Em meados dos anos 90, configurou-se no Brasil uma Educação Formal
para todos, outrossim, a Universalização das matrículas fundamentada através da
nova LDBN/96. A priori, uma ótima iniciativa, pois parte-se do pressuposto que
um país instruído em todas as dimensões é um elemento em potencial para o
desenvolvimento político, econômico, social e cultural, algo carente na nação
brasileira. Mas, vamos em frente com a nossa linha de pensamento. Após a universalização das matrículas, vários
estudiosos debruçaram e aprofundaram em teorias, muitas vezes infundadas, argumentando
que todos os matriculados na escola estavam aprendendo. No entanto, as
inquietações começaram a surgir, sobretudo pelas pessoas que lidam com a
situação todos os dias, os Gestores e os Professores, os verdadeiros
conhecedores do chão da escola. A propósito, aprender o quê? Para quê? E como?
Consoante a Universalização surgiu também várias nomenclaturas, ou melhor,
teorias educacionais, cada uma a seu modo e... procurando justificar o
injustificável!!??!? Grosso modo, para relembrar algumas, citar-se-á: o Construtivismo e o Sociointeracionismo.
O primeiro discorreria que o ensino aprendizagem é um processo construtivo. Enquanto
o Sociointeracionismo, da relação do sujeito aluno com o Objeto de estudo. Mal
sabiam os adeptos dessas teorias, especialmente os responsáveis pelas Legislações
em nosso país, que essas estavam fundamentadas em dois Filósofos e estudiosos, o
Francês Rene Descarte (1596-1658) e o Inglês John Locke (1632-1704). De acordo
com Descarte, fundador do RACIONALISMO,
o conhecimento está na RAZÃO, pois o mesmo vem de dentro indivíduo. Dessa forma,
as crianças chegariam à escola já com o conhecimento. Sendo assim, os estudantes seriam os únicos responsáveis pelo
aprendizado. Por outro lado, o Inglês Locke, construtor do EMPIRISMO, defendia o contrário, ou
seja, que todo conhecimento vem de fora; com isso, a criança chegaria a escola como uma tábua vazia. Diante de tudo
isso, o professor seria o único responsável pelo processo aprendizagem. Durante muito tempo ficou essa disputa pelas
duas potências da época, a França e a Inglaterra. Ressalta-se que as duas
correntes teóricas acima contêm equívocos. Foi preciso a interferência do alemão,
Immanuel Kant (1724-1804), com o INTERACIONISMO,
para refutar o Racionalismo e o Empirismo.
Segundo Kant: “O conhecimento só se dá na relação entre o SUJEITO e o OBJETO”. Considerações finais: Fazendo uma
analogia com a educação formal brasileira atual, principalmente a pública,
existe uma relação fidedigna entre a maioria dos estudantes (Sujeito) e o
objeto de estudo (conteúdo apresentado)? Infelizmente, não! Para alguns com
pensamentos infundados/simplistas, devem julgar este escritor por tais
pensamentos, ou seja, acreditam que este escritor desacredita na capacidade de
todos em aprender. Ao contrário. Por fazer parte do contexto escolar, penso que
posso falar com mais propriedade do que aqueles que conhecem a escola através
dos seus gabinetes ou relatórios coletados pela Web. Na verdade, por intermédio
dessa linha de pensamento e sempre buscando uma fundamentação teórico metodológico
que procurei constantemente a formação continuada para tentar descobrir porque
a maioria dos alunos não aprende. Sabe qual é a resposta: Há aproximadamente
200 anos, Kant já sabia a resposta. Só ocorre aprendizado quando as duas partes
querem, aluno de um lado e o professor do outro. De nada adianta professores
formados e preparados, se os estudantes não querem. Assim também, não adianta
alunos interessados com educadores despreparados e desmotivados. Poxa, há 200
anos já sabiam disso e nós aqui relutando, sofrendo, enganando e sendo
enganado. Acorda Brasil!!!
Alberto Alves
Marques
Profissão: Professor
Coordenador da Área de Ciências Humanas na Rede Pública do Estado de São Paulo
e Escritor de artigos de opinião para jornais e Blogs. Licenciatura Plena em
História. Pedagogo pela UNICID/SP. Pós-Graduado em História pela Unicamp-
Campinas. Pós-Graduado em Educação Inclusiva pela UNESP- Presidente
Prudente/SP. Pós-Graduado em Coordenação Pedagógica pela UFSCAR- Universidade
Federal de São Carlos. Em andamento: Curso Superior em Gestão de Tecnologia da
Informação – UNICID/SP.
Contato:
albertomarques1104@hotmail.com
Cidade:
Hortolândia/SP.